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Técnicas de Infusão da Nutrição Enteral

Infusão por bomba

  • Consiste na administração das fórmulas enterais por meio de bombas de infusão, preferencialmente quando a sonda está posicionada no intestino ou no estômago de pacientes críticos. Dessa forma, é possível evitar a diarreia osmótica, pois o fluxo pode ser mais lento e constante, e a administração de medicamentos não interrompe o fluxo da infusão.
  • Esta técnica pode ser utilizada com sistema aberto ou fechado, em bolsas ou frascos.
  • Pode-se começar com fluxo de 25 a 50 ml/h (ou com quantidades mínimas como 0,1 em neonatos e 5 ml/h em adultos) e progredir lentamente de acordo com a tolerância do paciente, até alcançar suas necessidades nutricionais.
  • Antes de iniciar a infusão da nutrição enteral, recomenda-se verificar a posição da sonda.
  • É importante assinalar que o uso da bomba para administrar NE pode restringir o paciente ao leito; por isso, deve ser indicado em pacientes com algum grau de limitação de movimentos ou em pacientes críticos.
  • O uso da bomba de infusão permite a admi­nistração de NE durante a noite, facilitando a deambulação diurna.
  • A utilização das bombas infusoras deve ser feita por profissionais devidamente treinados.
  • Em crianças, recomenda-se a utilização de bombas de infusão; em recém-nascidos, a infusão da fórmula enteral com seringas infusoras (permitem infundir quantidades mínimas, a partir de 0,1 ml/h). Depois de comprovada a tolerância à dieta, a administração por gravidade pode ser indicada.
  • Uma desvantagem da administração da nutrição enteral por bomba de infusão é o risco potencial de conectar o equipo da bom­ba à via de acesso venosa. Os fabricantes tomaram providências para reduzir esse risco, colocando sinais de alerta para a enfermagem nos equipos e alterando os conectores dos equipos de nutrição enteral, a fim de tornar im­possível sua ligação a um equipo intravenoso.

Infusão gravitacional

  • É a infusão lenta dos nutrientes, sem uso de equipamentos. A maioria das dietas enterais pode ser administrada dessa forma, bem como à temperatura ambiente.
  • As instituições de saúde com serviço pediá­trico devem estabelecer programas de aleita­mento materno que facilitem a amamen­tação do recém-nascido e a implementação de bancos de leite. O leite materno em geral é administrado por gravidade em recém-nascidos intubados ou com dificuldade de sucção.
  • Deve-se ter especial cuidado ao agitar periodicamente o frasco com leite materno para homogeneizá­-lo, evitando que a gordura fique aderida às paredes do frasco.
  • Para obter melhores resultados na prevenção das complicações relacionadas à infusão rápida de nutrientes, recomenda-se levar em conta as indicações da administração intermitente.

Manuseio dos equipos de infusão

  • Lavagem rigorosa das mãos antes de ma­nusear fórmulas enterais.
  • Os equipos de infusão devem ser trocados a cada 24 horas. Embora não existam dados precisos sobre a periodicidade da troca, recomenda-se esse intervalo especialmente nos casos de administração intermitente, sistemas abertos e pacientes imunocom­prometidos.
  • Com sistemas fechados, trocar a cada 24-48 horas ou de acordo com a recomendação do fabricante.
  • Alguns sistemas fechados (prontos para uso) podem permanecer instalados, à temperatura ambiente, durante 48 horas, sempre e quando o caráter fechado do sistema não for alterado.
  • A EMTN deve estabelecer as normas de manuseio com base em evidências, especi­ficando e padronizando a administração da nutrição, seu cuidado e permanente monitoramento, para garantir uma infusão livre de contaminação e de complicações, além de uso racional e adequado dos equipos.
  • Os frascos ou embalagens plásticas que contiverem dietas deverão ser descartados após seu uso, segundo as normas estabelecidas para o manuseio dos dejetos hospitalares de cada instituição e país.
  • Irrigar a sonda com água potável (20 ml) ao final da administração da nutrição, antes e depois da administração de medicamentos e depois de medir o resíduo gástrico. Registrar na ficha de balanço hídrico a quantidade utilizada para irrigar a sonda.

  

Como referenciar: "Técnicas de Infusão da Nutrição Enteral " em Só Nutrição. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 02/11/2024 às 02:41. Disponível na Internet em http://www.sonutricao.com.br/conteudo/artigos/enteral/p2.php