Hepatite
Inflamação hepática largamente disseminada com uma variedade de etiologias. Causada pelos vírus da hepatite A e da hepatite B, também encontramos hepatite C, D, E, não-A e não-E.
O álcool também pode causar vários tipos e graus de lesão, incluindo a hepatite. A hepatite crônica refere-se à inflamação contínua com testes de função hepática anormal, persistindo por mais de seis meses. A forma induzida por drogas usualmente se resolve com a interrupção da droga.
Hepatite A – transmissão pela via fecal-oral
Hepatite B e C – transmissão pela via sanguínea, sêmen e saliva.
A desnutrição é frequente na doença hepática de origem alcoólica e não-alcoólica, e pode ser causada pela diminuição da ingestão alimentar (anorexia, náuseas, vômitos, dores e desconforto abdominal, medicamentos e hospitalizações prolongadas), bem como pela redução na digestão e absorção dos nutrientes e alterações hormonais provocadas pela doença.
Outros sinais incluem coliúria (urina escura), acolia (fezes claras), icterícia, hepatoesplenomegalia e aumento das transaminases (TGO e TGP).
Objetivos da dieta
Evitar a sobrecarga imposta ao fígado e estimular a regeneração dos hepatócitos.
Conduta dietoterápica
Valor energético total (VET): normo a hipercalórico, 35 a 45 kcal/kg, para estimular a regeneração do parênquima hepático.
Carboidratos: normo a hiperglicídica, ênfase em frutose, para manter a glicemia e favorecer a gliconeogênese.
Proteínas: normo a hiperprotéica, 1 a 2g/kg, relação calorias não protéicas / gN2 de 100:1 a 150:1. Se hiperamonemia: hipoprotéica sem fontes de proteína animal.
Lipídios: normolipídica, 20 a 25% do VET.
Vitaminas: observar todas, suplementar quando necessário.
Minerais: complemento de potássio. Se presença de ascite ou edema: dieta hipossódica.
Fibras: de acordo com as necessidades individuais de cada paciente.
Álcool: isento.
Fracionamento: aumentado.
Volume: diminuído.
Cirrose
Estágio mais grave da lesão do fígado, caracterizando perda significativa das células (hepatócitos).
Tipos
Alcoólica ou de Laennec (mais comum)
Pós-necrótica (hepatite viral)
Congestiva (obstrução da vesícula biliar)
Doença de Wilson (metabolismo do cobre)
Hemocromatose (metabolismo do ferro)
Sintomas e sinais
- Esteatorréia – diminuição da capacidade de absorção de lipídeos e redução de sais biliares em nível intestinal;
- Acúmulo de amônia por diminuição da síntese de uréia;
- Hipoalbuminemia por diminuição da síntese protéica;
- Hiperglicemia pela intolerância à glicose e resistência periférica à insulina;
- Diminuição do HDL e aumento de colesterol total e triglicerídeos;
- Metabolismo anormal do ferro, magnésio e zinco.
Complicações
Hiperbilirrubinemia, hipertensão portal, ascite e encefalopatia hepática.
Objetivo da dieta
Prevenir a degeneração dos hepatócitos, regenerar tecido não gravemente afetado e corrigir alterações: Desnutrição protéico-calórica, hipovitaminose, hiperglicemia, hiperuricemia, hipoproteinemia, hiperlipidemia, ascite e edema.
CIRROSE ALCOÓLICA = abstinência de álcool + reposição de vitaminas e minerais
Conduta dietoterápica
Valor energético total (VET): normalmente a hipercalórico, 40 a 50 kcal/kg, ou Harris Benedict, por ser uma doença hipermetabólica e pela desnutrição.
Carboidratos: normo a hiperglicídica, ênfase em carboidratos simples para regeneração celular.
Proteínas: normo a hiperprotéica, iniciar com 1g/kg e ir aumentando progressivamente até chegar a 1,5g/kg conforme tolerância do paciente. Baixo teor de aminoácidos aromáticos e ênfase nos BCAA. No caso da cirrose descompensada, a dieta é hipoprotéica sem proteína de origem animal.
Lipídios: normolipídica, se dislipidemia reduzir colesterol e gordura saturada da dieta; se esteatorréia aumentar TCM e diminuir TCL, oferecer máximo 40g/dia.
Vitaminas: observar todas, suplementar quando necessário.
Minerais: complemento de potássio. Se presença de ascite ou edema: dieta hipossódica.
Fibras: de acordo com as necessidades individuais de cada paciente.
Álcool: isento
Fracionamento: aumentado
Volume: diminuído
Líquidos: restrição hídrica se necessário