Raios infravermelhos detectam bactérias em carne contaminada em apenas 1 hora
Descoberta de especialista em alimentos poderia reduzir muito o tempo de investigação de surtos
CHICAGO - A especialista em alimentos Lisa Mauer, da Purdue University, nos Estados Unidos, utilizou um aparelho de raios infravermelhos para encontrar em apenas uma hora bactérias E. Coli (que habitam o intestino humano) em carne moída contaminada, uma descoberta que poderia reduzir consideravelmente o tempo de investigação de surtos, segundo a universidade.
Os resultados do trabalho de Lisa foram publicados na edição de agosto da revista científica Journal of Food Science.
Os sistemas de detecção atuais requerem aproximadamente 48 horas para encontrar a bactéria. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), cerca de 70 mil americanos ficam doentes por ano em decorrência da E. Coli.
"Mesmo com todas as demais bactérias presentes na carne moída, poderíamos detectar a E. coli e reconhecer diferentes linhagens", afirmou em comunicado da universidade a professora associada de ciência dos alimentos.
O método, que utiliza um espectroscópio, também pode diferenciar as cepas de E. Coli, o que implica que os surtos poderiam ser rastreados com mais eficácia e rapidez. Os testes atuais empregam várias etapas e levam cerca de uma semana para obter resultados.
"O espectroscópio infravermelho está à disposição há décadas", afirmou a especialista por e-mail. "É possível encontrá-lo na maioria dos laboratórios forenses e em muitos departamentos de saúde estaduais", acrescentou.
A professora disse que os testes com carne moída são alentadoras para a utilização dessa tecnologia na tentativa de encontrar outros patógenos em diferentes tipos de alimentos.
Anteriormente, Lisa demonstrou que o espectroscópio pode detectar melamina - produto tóxico que deixou cerca de 300 mil crianças doentes na China e causou a morte de pelo menos seis delas em 2008 - na fórmula de leite para bebês.
09/09/2010
Fonte: www.estadao.com.br